29 de julho de 2013

Trabalhadores em Educação de Minas Gerais param novamente em 14 de agosto

Trabalhadores e trabalhadoras em educação do Estado de Minas Gerais vão realizar nova greve por tempo determinado por 24 horas no dia 14 de agosto. Na véspera, está agendada uma reunião na Secretaria de Estado da Educação. O calendário, aprovado em assembleia no dia 11 de julho, inclui os dias 7 e 10 agosto em que educadores e educadoras participarão do Dia D das escolas estaduais.
A presidenta da CUT-MG e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira afirma que a paralisação e a greve são necessárias porque os retornos do governo têm sido insuficientes, além de ignorar o acordo firmado com a categoria. “Nossa pauta é extensa, mais os principais pontos são o pagamento do Piso Salarial e a carreira. Não é possível que um professor que lecione 15, 20 anos receba o mesmo salário que um profissional que acabou de ingressar na sala de aula, isso é inadmissível.”
Beatriz Cerqueira lembra ainda que tem uma promessa de reunião com o governador Antonio Anastasia para os próximos 15 dias, quando, segundo ela, os problemas da educação serão, mais uma vez, postos na mesa.
Cobrança
Durante reunião ocorrida na manhã da última quinta-feira (18), o Sind-UTE/MG cobrou, mais uma vez do governo, o cumprimento do acordo firmado em setembro de 2011, após a greve histórica da categoria com 112 dias. Pelo acordo assinado pelo Secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, o governo de Minas assumiu o compromisso de pagar o Piso Salarial como vencimento básico. Além disso, o sindicato cobrou o reajuste do Piso que em 2013 foi de 7,92% e o seu pagamento retroativo a abril de 2011. Também reivindicou o imediato descongelamento da carreira, que tem previsão de permanecer estagnada até dezembro de 2015.
Em respostas às reivindicações dos trabalhadores em educação, o governador Antonio Anastasia se limitou a dizer que fará um esforço para antecipar o descongelamento e também um possível reajuste salarial para os servidores públicos. As informações, da coordenadora-geral do Sind-UTE/MG e presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, foram repassadas após a reunião com o governador, a secretária de Estado da Educação, Ana Lúcia Gazzola e representantes de outras entidades sindicais do setor, que aconteceu na Cidade Administrativa. Pelo Sind-UTE/MG participaram da reunião as diretoras Marilda de Abreu Araujo, que é secretária da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e Lecioni Pereira Pinto.
Na oportunidade, Beatriz Cerqueira informou ainda ter afirmado ao governador que as peças publicitárias veiculadas pelo Executivo Mineiro não condizem com a realidade e explicou a verdade dos trabalhadores em educação. “Os educadores estão adoecidos, desmotivados e sem valorização. Estão sem esperança na profissão. Não é possível que um professor que lecione 20 anos receba o mesmo salário que um profissional que acabou de ingressar na sala de aula. É assim que se materializa a desvalorização.”
A direção do Sindicato questionou a informação do governo de que de março de 2010 a junho de 2013 foram acrescentados 44 mil cargos na educação. “Na contramão dessa informação, foram dispensados das disciplinas de Educação Física e Ensino Religioso 15 mil professores especialistas dos anos iniciais do Ensino Fundamental.” Além disso, as resoluções de quadro de escola dos últimos anos provocaram uma diminuição de profissionais na escola.
A reunião aconteceu por cerca de duas horas a portas fechadas. O Sind-UTE/MG convocou a equipe da Pós TV para fazer a transmissão ao vivo da reunião, mas não foi permitida. Após o término, o governador Anastasia, a secretária Gazola e a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, concederam coletiva. As demais entidades que participaram da reunião não quiseram falar com a imprensa.
Em sua fala, o governador comunicou que encaminhará ao Congresso Nacional sugestão para que os recursos dos Royalties da Mineração sejam destinados à educação em Minas Gerais. “Vamos elaborar um estudo de viabilidade para definir possíveis reajustes e antecipação do descongelamento da carreira antes da data-base do funcionalismo, que é outubro”.
Mas, na avaliação do Sindicato, a reunião tinha o objetivo de discutir os problemas da educação e não ser utilizada para este tipo de anúncio. Além disso, o Governo de Minas muito ajudaria se fizesse a sua parte e investisse o mínimo constitucional de 25% de impostos em educação. Na última década, ele não cumpriu este percentual em nenhum ano.

Fonte: CUT Brasil



Nenhum comentário: