Trabalhadores e trabalhadoras em educação do Estado de Minas
Gerais vão realizar nova greve por tempo determinado por 24 horas no dia 14 de
agosto. Na véspera, está agendada uma reunião na Secretaria de Estado da
Educação. O calendário, aprovado em assembleia no dia 11 de julho, inclui os
dias 7 e 10 agosto em que educadores e educadoras participarão do Dia D das
escolas estaduais.
A presidenta da CUT-MG e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG,
Beatriz Cerqueira afirma que a paralisação e a greve são necessárias porque os retornos
do governo têm sido insuficientes, além de ignorar o acordo firmado com a
categoria. “Nossa pauta é extensa, mais os principais pontos são o pagamento do
Piso Salarial e a carreira. Não é possível que um professor que lecione 15, 20
anos receba o mesmo salário que um profissional que acabou de ingressar na sala
de aula, isso é inadmissível.”
Beatriz Cerqueira lembra ainda que tem uma promessa de
reunião com o governador Antonio Anastasia para os próximos 15 dias, quando,
segundo ela, os problemas da educação serão, mais uma vez, postos na mesa.
Cobrança
Durante reunião ocorrida na manhã da última quinta-feira
(18), o Sind-UTE/MG cobrou, mais uma vez do governo, o cumprimento do acordo
firmado em setembro de 2011, após a greve histórica da categoria com 112 dias.
Pelo acordo assinado pelo Secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, o
governo de Minas assumiu o compromisso de pagar o Piso Salarial como vencimento
básico. Além disso, o sindicato cobrou o reajuste do Piso que em 2013 foi de
7,92% e o seu pagamento retroativo a abril de 2011. Também reivindicou o
imediato descongelamento da carreira, que tem previsão de permanecer estagnada
até dezembro de 2015.
Em respostas às reivindicações dos trabalhadores em
educação, o governador Antonio Anastasia se limitou a dizer que fará um esforço
para antecipar o descongelamento e também um possível reajuste salarial para os
servidores públicos. As informações, da coordenadora-geral do Sind-UTE/MG e
presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, foram repassadas após a reunião com o
governador, a secretária de Estado da Educação, Ana Lúcia Gazzola e
representantes de outras entidades sindicais do setor, que aconteceu na Cidade
Administrativa. Pelo Sind-UTE/MG participaram da reunião as diretoras Marilda
de Abreu Araujo, que é secretária da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação (CNTE) e Lecioni Pereira Pinto.
Na oportunidade, Beatriz Cerqueira informou ainda ter
afirmado ao governador que as peças publicitárias veiculadas pelo Executivo
Mineiro não condizem com a realidade e explicou a verdade dos trabalhadores em
educação. “Os educadores estão adoecidos, desmotivados e sem valorização. Estão
sem esperança na profissão. Não é possível que um professor que lecione 20 anos
receba o mesmo salário que um profissional que acabou de ingressar na sala de
aula. É assim que se materializa a desvalorização.”
A direção do Sindicato questionou a informação do governo de
que de março de 2010 a junho de 2013 foram acrescentados 44 mil cargos na
educação. “Na contramão dessa informação, foram dispensados das disciplinas de
Educação Física e Ensino Religioso 15 mil professores especialistas dos anos
iniciais do Ensino Fundamental.” Além disso, as resoluções de quadro de escola
dos últimos anos provocaram uma diminuição de profissionais na escola.
A reunião aconteceu por cerca de duas horas a portas
fechadas. O Sind-UTE/MG convocou a equipe da Pós TV para fazer a transmissão ao
vivo da reunião, mas não foi permitida. Após o término, o governador Anastasia,
a secretária Gazola e a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira,
concederam coletiva. As demais entidades que participaram da reunião não
quiseram falar com a imprensa.
Em sua fala, o governador comunicou que encaminhará ao
Congresso Nacional sugestão para que os recursos dos Royalties da Mineração
sejam destinados à educação em Minas Gerais. “Vamos elaborar um estudo de
viabilidade para definir possíveis reajustes e antecipação do descongelamento
da carreira antes da data-base do funcionalismo, que é outubro”.
Mas, na avaliação do Sindicato, a reunião tinha o objetivo
de discutir os problemas da educação e não ser utilizada para este tipo de
anúncio. Além disso, o Governo de Minas muito ajudaria se fizesse a sua parte e
investisse o mínimo constitucional de 25% de impostos em educação. Na última
década, ele não cumpriu este percentual em nenhum ano.
Fonte: CUT Brasil
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